Pecuaristas fazem protesto durante a Expozebu, em Uberaba, MG
Comissão de deputados esclareceu dúvidas sobre o Código Florestal.
Pecuaristas pediram a palavra e distribuíram panfletos contra a taxação.
Do G1 Triângulo Mineiro
Foi realizado na tarde desta quarta-feira (2), em Uberaba, no Triângulo Mineiro, um encontro da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento da Câmara dos Deputados. O tema central da reunião foi o Código Florestal, aprovado na semana passada, mas o evento também foi marcado por protesto dos pecuaristas.
Mais de dez deputados federais e estaduais, além de vereadores e o secretário de Estado da Agricultura, Elmiro Nascimento, participaram do encontro. Durante a reunião, parlamentares e os mais de 200 produtores rurais presentes comemoraram a aprovação do Código Florestal (Entenda o Código Florestal no link abaixo).
O relator do projeto, o deputado Paulo Piau, esclareceu dúvidas do público. E todos os deputados garantiram a sanção presidencial. "Nosso maior desejo é que a informação correta, a interpretação correta do texto, chegue nas mãos da presidenta para que ela tome uma decisão sabia pelo país", disse o deputado. O texto ainda precisa ser aprovado pela Presidente Dilma Rousseff.
Protesto
Mas a reunião que acontece há seis anos durante a Expozebu serviu também para protesto. Os pecuaristas pediram a palavra e também distribuíram panfletos contra a taxação de 30% proposta pela indústria ao governo para a exportação de bois vivos.
Os frigoríficos defendem a cobrança apontando a concorrência ilegal com as empresas que levam animais para abate em outros países, já o setor produtivo define a ação como tentativa de monopólio. "O monopólio reprime, sufoca o esforço do produtor rural", afirmou Chico Maia, presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul).
Segundo o diretor da ABCZ, Frederico Diamantino, os compradores irão buscar outros mercados. "É um absurdo porque quem compra animal em pé (animal vivo) nos países, vai continuar comprando animal em pé, e se não comprar nosso, vai achar outro mercado", disse.
Os deputados responderam a reivindicação da classe e garantiram que já na próxima semana realizarão audiência pública para debater o assunto. "Nós vamos tomar as medidas necessárias, fazer tudo que nos cabe. Monopólio nós não podemos aceitar", relatou o deputado Abelardo Lupion.
O debate já aponta para uma ruptura da cadeia. Nenhum representante da indústria participou da reunião.O Secretário de Agricultura de Minas Gerais deixou o encontro antes do protesto dos pecuaristas, mas com a imprensa se manifestou a favor da taxação. "Para abate acho que prejudica o Estado", finalizou.
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