Servidores do TJSP farão paralisação de 24 horas

Os servidores do Poder Judiciário paulista resolveram avançar no seu movimento por uma reposição salarial de 14,69% e, em protesto, vão cruzar os braços por 24 horas durante os próximos dias 20 e 27 de maio. A categoria afirma que não consegue diálogo para negociar a reposição salarial com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), onde hoje tramitam 18,2 milhões de processos. "Por isso, resolvemos começar a parar o dia inteiro", diz a presidente da Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo (Aojesp), Yvone Barreiros. Na quarta-feira que vem, além da operação padrão, os oficiais de Justiça farão um manifesto público na Praça João Mendes, no centro de São Paulo. "A data é simbólica, já que toda quarta-feira é dia de sessão plenária no TJ, quando se reúnem os 25 desembargadores da corte", explica. 

Nas próximas quartas-feiras, dia 29, além de 6 e 13 de maio, a estratégia dos 50 mil funcionários da Justiça paulista será a paralisação parcial, como já vinha acontecendo, das 11h às 14 h. Mas, se as negociações não avançarem, há possibilidade de greve. Hoje, de acordo com Yvone, há auxiliares judiciários estaduais que ganham R$ 1 mil e oficiais de Justiça que recebem o mínimo da categoria no Estado, valor que equivale a R$ 3 mil. 

A partir de hoje, durante a operação padrão, a orientação para os oficiais de Justiça é, entre outras, fazer apenas uma diligência por dia. Os advogados já reclamam ser prejudicados por causa das horas de paralisação. "O atraso de uma audiência acaba retendo um profissional do escritório que deveria estar em outros compromissos", explica a advogada Lívia Bíscaro Carvalho, do Diamantino Advogados Associados. Mas o que os advogados mais temem é uma nova greve. "Em 2004, clientes que dependiam de liminar judicial para participar de licitação perderam oportunidades de negócio", lembra a advogada Aline Taladini Mammana Lavieri, do escritório Braga & Marafon Consultores e Advogados.